Black Friday: você tem uma estratégia ou só descontos?

A Black Friday sem estratégia pode esvaziar o estoque e o lucro também.

A cada novembro, o mercado repete o mesmo ritual: campanhas agressivas, descontos altos e slogans que prometem “os menores preços do ano”. Mas o que deveria ser uma das datas mais lucrativas do varejo tem se tornado uma armadilha financeira para muitas empresas.

A Conversion (Estudo Black Friday 2025) mostra que, embora as vendas cresçam a cada edição, a margem de lucro segue em queda. Ou seja, o consumo está mais seletivo, o público mais cético e o desconto, sozinho, já não convence.

Mas o problema é que boa parte das empresas ainda participa da Black Friday sem estratégia, apenas com descontos agressivos e na sua grande maioria das vezes com pressa.

É preciso entender que o foco não pode ser apenas o de mais e acabar esquecendo-se de se aproveitar da alta do mercado e vender melhor.

O mito do desconto como estratégia

Durante muitos anos, a Black Friday foi associada quase exclusivamente a grandes liquidações e compras por impulso. No entanto, esse cenário vem se transformando de maneira significativa. Hoje, o consumidor está mais atento: ele pesquisa, compara e questiona antes de tomar qualquer decisão. Essa mudança de comportamento fica evidente nos números mais recentes.

Para começar, a motivação ligada à necessidade apresentou um crescimento expressivo de 78% em 2025, revelando que as compras estão cada vez mais pautadas por critérios racionais. Em contrapartida, a intenção de compra sofreu uma queda relevante, passando de 99% para 88,8%. Além disso, chama atenção o fato de que 11,3% dos brasileiros afirmam não ter intenção de comprar nada, um aumento superior a 1000% em relação ao ano anterior.

Esses dados deixam claro que o consumidor atual age de forma mais calculada e menos emocional. O preço, embora continue sendo um fator importante, já não ocupa o primeiro lugar na hierarquia de decisão: a confiança passou a ser determinante.

O mesmo estudo reforça essa percepção ao mostrar que 76,8% dos consumidores têm medo de fraude e que 50,7% só realizam compras em marcas bem avaliadas no Google. Assim, evidencia-se que o desconto deixou de ser o principal gatilho de compra. O que realmente pesa na decisão é o valor percebido, que engloba credibilidade, segurança e reputação da marca.

O que separa estratégia de oportunismo

Uma Black Friday verdadeiramente estratégica não nasce apenas no mês de novembro. Ela é construída com antecedência, fundamentada em dados sólidos, planejamento consistente e propósito claro — e, como resultado, termina com margem positiva.

Empresas que enxergam a data como extensão natural do seu plano comercial conseguem manter a lucratividade mesmo diante de descontos agressivos. Isso acontece porque sabem exatamente onde podem abrir mão e, sobretudo, onde precisam preservar margem.

Para alcançar esse equilíbrio, os pilares da estratégia são bem definidos:

  • Segmentação inteligente O desconto não deve ser distribuído indiscriminadamente. Ele precisa ser direcionado a quem já possui histórico de relacionamento, demonstra engajamento e apresenta alta probabilidade de recompra.
  • Margem controlada Cada campanha deve ser cuidadosamente simulada antes de ir para o ar, avaliando o impacto direto na rentabilidade e garantindo que o desconto seja sustentável.
  • Experiência contínua A Black Friday não representa o fim da jornada do cliente, mas sim o início de uma nova etapa. De acordo com a Comarch (2025), programas de fidelização com ações pós-venda aumentam a retenção em 35% após a data, reforçando que o verdadeiro valor está na continuidade da relação.

Em síntese, empresas que vendem com estratégia possuem algo que as demais não têm: dados preditivos e disciplina comercial. É essa combinação que transforma a Black Friday de um simples evento promocional em um motor de crescimento sustentável..

O papel do Gestor e das equipes de performance

A Black Friday também é um teste de maturidade organizacional. Por trás de toda campanha bem-sucedida existe uma equipe preparada e uma política de remuneração que estimula o comportamento certo.

Quando a meta é apenas volume, o time se desgasta e as margens caem. Mas quando a remuneração está ligada à qualidade da venda, margem e recompra, o resultado muda completamente.

Dados da SER Performance mostram que empresas que adotam remuneração por performance durante períodos sazonais registram:

  • 20% mais lucro líquido por colaborador.
  • 25% menos retrabalho operacional.
  • Maior satisfação interna pós-campanha.

E o gestor, nesse contexto, não é suporte e sim parte da estratégia comercial. É ele define metas claras, monitora comportamento e ajusta incentivos em tempo real. Quando a equipe entende o impacto do próprio trabalho nos resultados, a campanha deixa de ser pressão e vira propósito.

O consumidor mudou e o marketing também precisa mudar

As empresas que ainda insistem em apelar para o “tudo pela metade do dobro” estão perdendo credibilidade.
O consumidor de 2025 (e o de 2026) não quer ser convencido, quer ser compreendido.

A IA tem papel decisivo nesse cenário.
Segundo o estudo da Conversion, 54,6% dos consumidores usam IA para comparar preços e 30,1% para descobrir produtos.
Ou seja, a inteligência artificial já está influenciando o que o cliente decide comprar — e de quem comprar.

Marcas que não otimizam seus conteúdos e descrições de produto para motores de IA perdem visibilidade.
Aqui entra o GEO (Generative Engine Optimization), a nova fronteira do marketing de performance.
Enquanto o SEO busca o topo do Google, o GEO busca o topo da resposta da IA.

Quem dominar esse campo na Black Friday de 2026 vai vender antes mesmo de o cliente pesquisar.

O erro mais comum: confundir presença com estratégia

Estar na Black Friday não é ter estratégia.
Assim como participar de uma feira não é o mesmo que gerar negócios.

Muitas empresas entram na data para “não ficar de fora” e acabam correndo atrás do próprio prejuízo.
Descontam produtos errados, investem em anúncios genéricos e gastam mais do que ganham.

O problema não é o desconto — é o desconto sem direção.

Um levantamento da PwC (2024) revelou que 45% das empresas brasileiras não calculam margem líquida antes de definir o percentual de desconto.
Ou seja, quase metade vende sem saber se está lucrando.

Campanhas assim até movimentam o caixa, mas destroem rentabilidade e distorcem a percepção de valor da marca.
O consumidor volta? Dificilmente.
Porque quem compra por preço, compra do próximo que baixar mais.

Estratégia real: o ciclo Black November

As empresas mais maduras já abandonaram o conceito de “sexta-feira” e migraram para o Black November — um ciclo completo que envolve planejamento, engajamento e retenção.

Esse modelo tem três fases:

  1. Aquecer (setembro e outubro).
    Criação de listas de desejo, recompensas antecipadas e conteúdo educativo.
    O objetivo é aumentar a intenção de compra, e não o desconto.
  2. Converter (novembro).
    Descontos inteligentes, segmentação por perfil e acompanhamento em tempo real de margem e ROI.
  3. Reter (dezembro).
    Pós-venda ativo, programas de fidelidade e campanhas de recompra.

Empresas que aplicam esse ciclo, segundo a SER Performance, aumentam em até 25% a margem líquida anual, porque tratam a Black Friday como estratégia de longo prazo — e não como um evento isolado.

Dados e previsibilidade: o novo ouro da Black Friday

A vantagem competitiva da nova era do varejo não está no preço, mas na velocidade de resposta.

Empresas que operam com dados em tempo real durante a Black Friday conseguem ajustar campanhas instantaneamente.
A Comarch relata que varejistas com monitoramento contínuo reduzem o desperdício de mídia em 30% e aumentam o ROI em 22%.

Além disso, dados preditivos permitem prever picos de demanda, redistribuir estoques e otimizar logística.
A tecnologia não substitui a estratégia — ela a potencializa.

Mas a base continua humana: decisão, análise e liderança.
O dado aponta o caminho; a equipe decide a direção.

Conclusão: a Black Friday é o espelho da maturidade da sua empresa

Conclusão: a Black Friday é o reflexo da maturidade da sua empresa

Na Black Friday, toda empresa revela sua verdadeira essência. As que possuem uma cultura de performance transformam o evento em oportunidade de lucro consistente. Já aquelas sem estratégia acabam transformando em desculpa.

O desconto, isoladamente, não é uma estratégia — pelo contrário, é sinal da ausência dela. A verdadeira Black Friday é fruto de planejamento, previsibilidade e conexão com a visão anual de resultados. Afinal, não é o preço que fideliza, mas sim a confiança construída com propósito, dados e pessoas.

Em 2026, a diferença entre crescer e apenas vender estará na resposta a uma pergunta simples:

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FAQ – Perguntas frequentes sobre estratégia na Black Friday

1. Por que descontos altos não garantem lucro?
Porque o volume não compensa a margem perdida. O segredo está em planejar antes e controlar o custo por venda.

2. Como alinhar equipe e metas durante a Black Friday?
Com políticas de remuneração por performance que premiam qualidade e não apenas quantidade.

3. Qual o papel da IA nesse contexto?
Atuar como ferramenta de previsibilidade, comparação de preços e personalização da experiência.4. Como medir o sucesso de uma campanha?
Pelo lucro líquido, taxa de recompra e percepção de marca — não apenas pelo faturamento.

FONTES E DADOS:

SER PERFORMANCE. Dados internos de performance, remuneração e engajamento. São Paulo: SER Performance, 2024–2025.

DELOITTE. Global Human Capital Trends 2025. Deloitte Insights, 2025.

WORLD ECONOMIC FORUM (WEF). Future of Jobs Report 2025. Geneva: WEF, 2025.

MERCER. Global Talent Trends 2024–2025. Mercer Insights, 2025.

PwC. Barômetro de Empregos & Inteligência Artificial 2025. PwC Brasil, 2025.

GARTNER. Impacto do Futuro do Trabalho no RH. Gartner Research, 2025.

McKINSEY & COMPANY. The New Possible: How HR Can Help Build the Organization of the Future. McKinsey People and Organizational Performance, 2025.

GALLUP. State of the Global Workplace 2024. Gallup Press, 2024.

HARVARD BUSINESS REVIEW.

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